Lara Croft renasce brilhantemente no reboot da Crystal Dynamics, fazendo de Tomb Raider um dos melhores jogos de aventura da atualidade.
Atenção! Este review não abrange o modo Multiplayer do jogo.
Quando se fala em reboot, automaticamente os fãs de uma determinada série ficam apreensivos. Ainda mais quando se trata de um série de renome. Acompanhei os primeiros Tomb Raider, ainda para PSOne, e só parei depois do Chronicles. Depois disso, cada jogo que saía era um saco, e isso acabou me afastando da série (cheguei a jogar o Angel of Darkness, mas não aguentei nem a metade).
Depois que soube do reboot de Tomb Raider para PS3, PC e X360, acompanhei o que pude do jogo antes do lançamento e confesso achava bem legal o que via, mas isso nunca é suficiente. Nós temos que jogar para realmente saber se o reboot foi bem sucedido ou não. E eu posso dizer, com toda certeza, que Lara Croft conseguiu me passar um misto surpreendente de sensações.
Tomb Raider já começa deixando o jogador tenso, mostrando o naufrágio do Endurance, fazendo com que toda a tripulação acabasse em uma ilha que eu defini como Ilha de Lost.
- Porque, Suco?
Porque? Faça as contas: clima inconstante + destroços de centenas (sim, centenas) de aviões, barcos, navios, helicópteros e qualquer outro meio de transporte que um dia chegou por lá + the others + tentativas de escapar da ilha (e fenômenos sobrenaturais impedindo)... enfim, Ilha de Lost.
É ou não é parecido?
Enredo
Atenção, se não quiser spoilers do enredo, vá para "Cabô o spoiler!"
Tomb Raider traz uma Lara Croft inteligentíssima, porém ainda inexperiente, em companhia de Roth, Sam, Alex, Reyes, Jonah, Grim e o soberbo Dr. Whitman. E essa turma do barulho vai aprontar altas confusões numa ilha pra lá de assustadora!!! Eles procuram a localização exata do reino de Himiko, a Rainha do Sol dos Yamatai (uma civilização sino-japonesa do tempo da minha vó virgem), antepassada de Sam. Porém, Lara nota que eles estão indo por um caminho completamente errado e insiste para que eles sigam sua intuição (mulheres... tsc, tsc). Uma tempestade os atinge, fazendo com que seu navio naufrague e eles cheguem à Ilha de Lost.
Lara, então, deve encontrar seus amigos e procurar uma forma de sair da ilha e voltar à civilização, mas MUITAS coisas acontecem. Além de cada um deles praticamente ter ido parar em um lugar diferente, Laraé desacordada por alguém e acorda pendurada de cabeça para baixo em uma caverna cheia de corpos. É assim que descobrimos a existência dos Outros da Ilha de Lost, que tentam nos matar a todo instante. Também há lobos (bástods!) rondando a floresta e, depois de todo o trabalho que ela tem para encontrar Sam, a maldita é sequestrada por um so-called professor, chamado Mathias.
Tudo gira em torno do resgate de Sam e dos demais. Ao longo do jogo, descobrimos que a tempestade é um fenômeno sobrenatural causado pela ira da Rainha do Sol, que não permite que ninguém saia da "bendita" ilha, e que os Outros são, na verdade, pessoas que acabaram chegando na ilha por conta da tempestade e não mais conseguiram escapar. Para não morrerem nas mãos de Mathias, eles resolvem seguir suas ordens. Mathiasé um cara que, assim como os outros, também chegou por acidente no lugar. Ele conhece a história de Himiko e acredita que, se ele ressuscitá-la, a tempestade cederá e eles finalmente poderão sair da famigerada ilha. Daí surge a seita dos Solarii.
Navios naufragados pela ira de Himiko
Aí vocês me perguntam "mas, Suco, porque essa tal de Himiko é tão estressadinha? TPM?". Eu admito que quando estou na TPM eu também sou meio estressada, toda mulher é assim, mas não... não é TPM. Quando a Rainha do Sol atingia uma certa idade, havia um ritual - o Ritual do Fogo, onde uma escolhida treinada pela rainha serviria de receptáculo (falei bonito!) para seu espírito, permitindo que ela vivesse para sempre. O problema é que uma das escolhidas por Himiko sabia que ela não era tão boazinha quanto parecia e no Ritual do Fogo ela cometeu suicídio, fazendo com que o espírito de Himiko ficasse preso em um corpo "semimorto". É por isso que ela é estressadinha e fode com a vida de todo mundo que chega na ilha. E a chegada de Sam, sua descendente, deixa as coisas muito mais dramáticas.
A história é bem desenvolvida e interessante também, pois a gente aprende um bocado de coisas legais dessa época aída minha vó virgem dos Yamatai através dos artefatos que ela encontra, e os pergaminhos e diários que você pega ao longo do jogo (e que são narrados, o que deixa a gente mais imerso na história) revelam vários aspectos da vida de Himiko e das pessoas que um dia chegaram e morreram por lá em diferentes épocas: membros do império vizinho ao dos Yamatai, colonizadores portugueses, soldados da II Guerra Mundial, famílias que passavam por perto à passeio... Aos poucos você vai percebendo a profundidade da coisa. Sempre que possível, também é interessante escutar as conversas dos Solarii antes de sair metendo bala neles, alguns tem uns pontos de vista bem legais em relação ao que acontece na ilha e à você, "amigavelmente" batizada de forasteira!
Cabô o spoiler!
A premissa da jogabilidade é a de que você inicia com uma personagem completamente noob, que ao longo do jogo vai evoluindo, aprendendo habilidades que melhoram o gameplay, permitindo que o jogador crie estratégias de ataque e defesa e que a jogabilidade se torne mais complexa. E o jogo realmente consegue essa façanha.
No início, a maioria das suas ações são resumidas a QTE’s e a acender tochas (♫ like a virgin, "torch" for the very first time... culpem o T-Rok pela música, haha). No decorrer do jogo, você vai ganhando XP até conseguir Pontos de Habilidade, que são usados para a compra de habilidades (ah, vá) nas categorias Sobrevivente, Caçadora e Combatente, permitindo que Lara adquira novas técnicas de combate e melhore seu fator sobrevivência. Além do XP, temos também os Fragmentos e Partes de Armas, que servem para a melhoria de equipamentos.
![Menu de Armas]()
Com as melhorias e habilidades sendo adquiridas, o gameplay vai mudando progressivamente. As QTE’s diminuem e os combates estratégicos tem início. Confesso que adorava jogar areia nos olhos dos inimigos e finalizá-los com uma flecha enfiada na garganta ou um tiro de escopeta no queixo (die, motherfucker, die!).
Todas essas melhorias e compras de habilidades só podem ser feitas nos Acampamentos que Lara encontra durante o jogo. Além das melhorias, também é possível fazer Viagens Rápidas para Acampamentos visitados anteriormente, algo muito útil, já que muitos itens e locais só podem ser acessados após alguma determinada habilidade ou ferramenta adquirida, aumentando também o fator replay do jogo.
![Acampamento]()
Outra coisa bem útil é o Instinto de Sobrevivência de Lara, uma espécie de visão a la Eagle Vision, de Assassin’s Creed (Lara Çaçina!). Com ele, os itens do cenário e o seu objetivo brilham em um lindo tom de dourado, o que o ajuda a não se perder no imenso mundo aberto do jogo. Não recomendo usá-lo sempre, caso não queira que o nível de dificuldade seja afetado, mas se você estiver perdido é uma mão na roda. Quanto aos itens, sempre que você acha uma Tumba Secreta, você consegue uma atualização para o seu mapa que mostra todos os itens escondidos. Nesse caso, você pode fazer uma viagem rápida para ir ao Acampamento mais próximo do item que deseja e fazer uma marcação no mapa e ao usar o Instinto de Sobrevivência, Lara verá uma marcação em azul. Vale ressaltar que, por mais que você tenha a Viagem Rápida e o Instinto de Sobrevivência, alguns itens são realmente difíceis de alcançar, com caminhos bem complicadinhos. Alguns eu até desisti e deixei para pegar depois de zerar o jogo.
Os gráficos são lindíssimos! Você tem o brilho do sol refletindo na câmera, bem como respingos de água da chuva, parece que você realmente está acompanhando ela. Quando você passa por uma queda d’água, o líquido escorre pela tela da câmera deixando tudo distorcido, é bem legal. Os efeitos climáticos foram muito bem reproduzidos, chuva, ventania, neblina, nevasca, sol alto, pôr do sol, nascer do sol, tudo é realmente muito bonito. Você não vê serrilhados, as texturas são bem feitas, além do fato de Lara estar completamente imunda (sério, muito imunda) e, após uma queda no rio, ou uma chuva, a sujeira do corpo dela diminui (exceto quando o rio é de sangue). Outro detalhe muito, muito bacana é a Lara ficando cada vez mais machucada e a roupa dela ficando cada vez mais suja e rasgada ao longo do jogo. Ela usa duas regatas e, no final do jogo, a regata de cima já estava bem surrada, com alguns pedaços faltando até, deixando à mostra o tecido da regata de baixo (eu sei que vocês queriam outra coisa à mostra, safadinhos).
Lara antes e depois: machucados e roupas rasgadas
Uma das coisas mais bacanas do jogo é que a equipe não poupou esforços para matar Lara de todas as maneiras possíveis. Existem dezenas de diferentes cenas para ilustrar a morte dela, dependendo da situação e do lugar onde você está!
A trilha sonora não é essa Coca-Cola toda, mas é bem apropriada, dando o clima certo na hora das batalhas. Os efeitos sonoros são muito bem executados também, o uivo dos lobos quando a madrugada caía me deixava numa pilha danada, bem alerta para quando aqueles miseráveis aparecessem. Além disso, o vento, a chuva e os pássaros dão um show de sound effects (cito aqui a revoada de gaivotas quando Lara está na praia voltando ao Endurance... eu parei só para ver as aves voando em um bando muito bonito, com o brilho do sol ao poente. É realmente uma cena muito linda de se ver).
Os Tombos do Chinelo
![Tombo do Chinelo]()
Uma das primeiras coisas que não me agradaram foi o cabelo de Lara. Enquanto ela está paradinha, beleza. Mas a movimentação do cabelo dela é bem ruinzinha - em uma cena em que ela está de cabeça para baixo, a franja dela nem sequer sai do lugar! Tá certo, nem é tão ruim como as tranças dos primeiros jogos, que mais pareciam ter vida própria (Medusa feelings), mas para um jogo com a qualidade gráfica da atual geração, os cabelos poderiam ter recebido uma atenção especial, não só no PC, mas nos consoles também. O mesmo se aplica às movimentações da boca dos personagens ao falar. Se você jogou God of War: Ascension, por exemplo, e saca bem inglês, você vai perceber que os movimentos dos lábios se encaixam perfeitamente com as falas. A maioria dos jogos ultimamente vem vindo com essa característica, mas Tomb Raider não.
Outro tombo do chinelo foram os bugs. Tá certo que todo jogo tem bug, uns mais outros menos, mas Tomb Raider teve uns bem bizarros. A maioria deles se trataram de problemas de object collision, mas não prejudicaram tanto a jogabilidade. No entanto, quando comecei a enfrentar os Oni (a guarda pessoal da Rainha do Sol) pela primeira vez, sempre que eles me atingiam a tela ficava completamente cinza, com algumas manchas de sangue. Tudo sumia! Perdi a conta de quantas vezes morri a partir desse ponto no jogo, foi bem chato. Minha única opção quando eu levava uma porrada deles era ficar usando a esquiva feito uma louca até a imagem aparecer novamente, e torcer para que minhas esquivas não me derrubassem de algum lugar ou me levassem para mais perto dos inimigos. Em um determinado momento também, Lara simplesmente foi para debaixo da terra, enquanto a única coisa que aparecia era meu rádio. Fiquei impossibilitada de fazer qualquer coisa e tive que recarregar o jogo para o último checkpoint para voltar ao normal.
Considerações Finais
Tomb Raider veio com a proposta de mostrar a jovem e inexperiente Lara, praticamente virgem que ainda não sabe cara£#o nenhum da vida e sua jornada até se tornar a nossa old but gold Lara "fucking" Croft, e consegue isso com maestria. Você sente todas as dificuldades e medos da personagem e o amadurecimento da mesma durante o jogo. O final é épico, foi daqueles finais que nos fazem nos ajeitar na cadeira para apreciar mais, mostrando o surgimento de uma das maiores características da velha Lara. Nada, eu repito, NADA no jogo inteiro foi mais épico do que isso, e mesmo sendo uma finalização com uma QTE, é como se tudo se encaixasse perfeitamente - a QTE só serviu para eu ficar ainda mais empolgada com o fim do jogo! Se você jogou, você vai saber o que eu estou falando...
Outra coisa que me deixou muito feliz foi que, nos créditos de zeramento, você tem fotos da equipe. Achei muito bom eles receberem as devidas homenagens. Além disso, eles agradecem a todos os fãs, cosplayers, fóruns, fansites, autores e artistas que apoiam Tomb Raider desde 1996, com direito à citação de alguns, o que mostra que a equipe de desenvolvimento do jogo é bem humilde e trabalhou realmente querendo agradar aos fãs.
Acredito que o jogo seja um excelente concorrente ao GOTY deste ano, até agora é o mais vendido de todos os lançamentos de 2013 e também o que tem as melhores notas. Só não creio 100% na vitória dele porque a gente ainda tem The Last of Us e Beyond: Two Souls chegando por aí (e olha que Willem DaFoe e Ellen Page pesam no currículo).
Então, é isso galera! Já jogaram Tomb Raider? Não? Então, vão jogar!!
sobre PlayStation 3 por sucodelarAngela em 24/04/2013 às 15:36:09 veja no site
Atenção! Este review não abrange o modo Multiplayer do jogo.
Quando se fala em reboot, automaticamente os fãs de uma determinada série ficam apreensivos. Ainda mais quando se trata de um série de renome. Acompanhei os primeiros Tomb Raider, ainda para PSOne, e só parei depois do Chronicles. Depois disso, cada jogo que saía era um saco, e isso acabou me afastando da série (cheguei a jogar o Angel of Darkness, mas não aguentei nem a metade).
Depois que soube do reboot de Tomb Raider para PS3, PC e X360, acompanhei o que pude do jogo antes do lançamento e confesso achava bem legal o que via, mas isso nunca é suficiente. Nós temos que jogar para realmente saber se o reboot foi bem sucedido ou não. E eu posso dizer, com toda certeza, que Lara Croft conseguiu me passar um misto surpreendente de sensações.
Tomb Raider já começa deixando o jogador tenso, mostrando o naufrágio do Endurance, fazendo com que toda a tripulação acabasse em uma ilha que eu defini como Ilha de Lost.
- Porque, Suco?
Porque? Faça as contas: clima inconstante + destroços de centenas (sim, centenas) de aviões, barcos, navios, helicópteros e qualquer outro meio de transporte que um dia chegou por lá + the others + tentativas de escapar da ilha (e fenômenos sobrenaturais impedindo)... enfim, Ilha de Lost.

Enredo

Tomb Raider traz uma Lara Croft inteligentíssima, porém ainda inexperiente, em companhia de Roth, Sam, Alex, Reyes, Jonah, Grim e o soberbo Dr. Whitman. E essa turma do barulho vai aprontar altas confusões numa ilha pra lá de assustadora!!! Eles procuram a localização exata do reino de Himiko, a Rainha do Sol dos Yamatai (uma civilização sino-japonesa do tempo da minha vó virgem), antepassada de Sam. Porém, Lara nota que eles estão indo por um caminho completamente errado e insiste para que eles sigam sua intuição (mulheres... tsc, tsc). Uma tempestade os atinge, fazendo com que seu navio naufrague e eles cheguem à Ilha de Lost.
Lara, então, deve encontrar seus amigos e procurar uma forma de sair da ilha e voltar à civilização, mas MUITAS coisas acontecem. Além de cada um deles praticamente ter ido parar em um lugar diferente, Laraé desacordada por alguém e acorda pendurada de cabeça para baixo em uma caverna cheia de corpos. É assim que descobrimos a existência dos Outros da Ilha de Lost, que tentam nos matar a todo instante. Também há lobos (bástods!) rondando a floresta e, depois de todo o trabalho que ela tem para encontrar Sam, a maldita é sequestrada por um so-called professor, chamado Mathias.
Tudo gira em torno do resgate de Sam e dos demais. Ao longo do jogo, descobrimos que a tempestade é um fenômeno sobrenatural causado pela ira da Rainha do Sol, que não permite que ninguém saia da "bendita" ilha, e que os Outros são, na verdade, pessoas que acabaram chegando na ilha por conta da tempestade e não mais conseguiram escapar. Para não morrerem nas mãos de Mathias, eles resolvem seguir suas ordens. Mathiasé um cara que, assim como os outros, também chegou por acidente no lugar. Ele conhece a história de Himiko e acredita que, se ele ressuscitá-la, a tempestade cederá e eles finalmente poderão sair da famigerada ilha. Daí surge a seita dos Solarii.

Aí vocês me perguntam "mas, Suco, porque essa tal de Himiko é tão estressadinha? TPM?". Eu admito que quando estou na TPM eu também sou meio estressada, toda mulher é assim, mas não... não é TPM. Quando a Rainha do Sol atingia uma certa idade, havia um ritual - o Ritual do Fogo, onde uma escolhida treinada pela rainha serviria de receptáculo (falei bonito!) para seu espírito, permitindo que ela vivesse para sempre. O problema é que uma das escolhidas por Himiko sabia que ela não era tão boazinha quanto parecia e no Ritual do Fogo ela cometeu suicídio, fazendo com que o espírito de Himiko ficasse preso em um corpo "semimorto". É por isso que ela é estressadinha e fode com a vida de todo mundo que chega na ilha. E a chegada de Sam, sua descendente, deixa as coisas muito mais dramáticas.
A história é bem desenvolvida e interessante também, pois a gente aprende um bocado de coisas legais dessa época aí
Cabô o spoiler!
A premissa da jogabilidade é a de que você inicia com uma personagem completamente noob, que ao longo do jogo vai evoluindo, aprendendo habilidades que melhoram o gameplay, permitindo que o jogador crie estratégias de ataque e defesa e que a jogabilidade se torne mais complexa. E o jogo realmente consegue essa façanha.
No início, a maioria das suas ações são resumidas a QTE’s e a acender tochas (♫ like a virgin, "torch" for the very first time... culpem o T-Rok pela música, haha). No decorrer do jogo, você vai ganhando XP até conseguir Pontos de Habilidade, que são usados para a compra de habilidades (ah, vá) nas categorias Sobrevivente, Caçadora e Combatente, permitindo que Lara adquira novas técnicas de combate e melhore seu fator sobrevivência. Além do XP, temos também os Fragmentos e Partes de Armas, que servem para a melhoria de equipamentos.

Com as melhorias e habilidades sendo adquiridas, o gameplay vai mudando progressivamente. As QTE’s diminuem e os combates estratégicos tem início. Confesso que adorava jogar areia nos olhos dos inimigos e finalizá-los com uma flecha enfiada na garganta ou um tiro de escopeta no queixo (die, motherfucker, die!).
Todas essas melhorias e compras de habilidades só podem ser feitas nos Acampamentos que Lara encontra durante o jogo. Além das melhorias, também é possível fazer Viagens Rápidas para Acampamentos visitados anteriormente, algo muito útil, já que muitos itens e locais só podem ser acessados após alguma determinada habilidade ou ferramenta adquirida, aumentando também o fator replay do jogo.

Outra coisa bem útil é o Instinto de Sobrevivência de Lara, uma espécie de visão a la Eagle Vision, de Assassin’s Creed (Lara Çaçina!). Com ele, os itens do cenário e o seu objetivo brilham em um lindo tom de dourado, o que o ajuda a não se perder no imenso mundo aberto do jogo. Não recomendo usá-lo sempre, caso não queira que o nível de dificuldade seja afetado, mas se você estiver perdido é uma mão na roda. Quanto aos itens, sempre que você acha uma Tumba Secreta, você consegue uma atualização para o seu mapa que mostra todos os itens escondidos. Nesse caso, você pode fazer uma viagem rápida para ir ao Acampamento mais próximo do item que deseja e fazer uma marcação no mapa e ao usar o Instinto de Sobrevivência, Lara verá uma marcação em azul. Vale ressaltar que, por mais que você tenha a Viagem Rápida e o Instinto de Sobrevivência, alguns itens são realmente difíceis de alcançar, com caminhos bem complicadinhos. Alguns eu até desisti e deixei para pegar depois de zerar o jogo.
Os gráficos são lindíssimos! Você tem o brilho do sol refletindo na câmera, bem como respingos de água da chuva, parece que você realmente está acompanhando ela. Quando você passa por uma queda d’água, o líquido escorre pela tela da câmera deixando tudo distorcido, é bem legal. Os efeitos climáticos foram muito bem reproduzidos, chuva, ventania, neblina, nevasca, sol alto, pôr do sol, nascer do sol, tudo é realmente muito bonito. Você não vê serrilhados, as texturas são bem feitas, além do fato de Lara estar completamente imunda (sério, muito imunda) e, após uma queda no rio, ou uma chuva, a sujeira do corpo dela diminui (exceto quando o rio é de sangue). Outro detalhe muito, muito bacana é a Lara ficando cada vez mais machucada e a roupa dela ficando cada vez mais suja e rasgada ao longo do jogo. Ela usa duas regatas e, no final do jogo, a regata de cima já estava bem surrada, com alguns pedaços faltando até, deixando à mostra o tecido da regata de baixo (eu sei que vocês queriam outra coisa à mostra, safadinhos).

Uma das coisas mais bacanas do jogo é que a equipe não poupou esforços para matar Lara de todas as maneiras possíveis. Existem dezenas de diferentes cenas para ilustrar a morte dela, dependendo da situação e do lugar onde você está!
A trilha sonora não é essa Coca-Cola toda, mas é bem apropriada, dando o clima certo na hora das batalhas. Os efeitos sonoros são muito bem executados também, o uivo dos lobos quando a madrugada caía me deixava numa pilha danada, bem alerta para quando aqueles miseráveis aparecessem. Além disso, o vento, a chuva e os pássaros dão um show de sound effects (cito aqui a revoada de gaivotas quando Lara está na praia voltando ao Endurance... eu parei só para ver as aves voando em um bando muito bonito, com o brilho do sol ao poente. É realmente uma cena muito linda de se ver).
Os Tombos do Chinelo

Uma das primeiras coisas que não me agradaram foi o cabelo de Lara. Enquanto ela está paradinha, beleza. Mas a movimentação do cabelo dela é bem ruinzinha - em uma cena em que ela está de cabeça para baixo, a franja dela nem sequer sai do lugar! Tá certo, nem é tão ruim como as tranças dos primeiros jogos, que mais pareciam ter vida própria (Medusa feelings), mas para um jogo com a qualidade gráfica da atual geração, os cabelos poderiam ter recebido uma atenção especial, não só no PC, mas nos consoles também. O mesmo se aplica às movimentações da boca dos personagens ao falar. Se você jogou God of War: Ascension, por exemplo, e saca bem inglês, você vai perceber que os movimentos dos lábios se encaixam perfeitamente com as falas. A maioria dos jogos ultimamente vem vindo com essa característica, mas Tomb Raider não.
Outro tombo do chinelo foram os bugs. Tá certo que todo jogo tem bug, uns mais outros menos, mas Tomb Raider teve uns bem bizarros. A maioria deles se trataram de problemas de object collision, mas não prejudicaram tanto a jogabilidade. No entanto, quando comecei a enfrentar os Oni (a guarda pessoal da Rainha do Sol) pela primeira vez, sempre que eles me atingiam a tela ficava completamente cinza, com algumas manchas de sangue. Tudo sumia! Perdi a conta de quantas vezes morri a partir desse ponto no jogo, foi bem chato. Minha única opção quando eu levava uma porrada deles era ficar usando a esquiva feito uma louca até a imagem aparecer novamente, e torcer para que minhas esquivas não me derrubassem de algum lugar ou me levassem para mais perto dos inimigos. Em um determinado momento também, Lara simplesmente foi para debaixo da terra, enquanto a única coisa que aparecia era meu rádio. Fiquei impossibilitada de fazer qualquer coisa e tive que recarregar o jogo para o último checkpoint para voltar ao normal.
Considerações Finais
Tomb Raider veio com a proposta de mostrar a jovem e inexperiente Lara, praticamente virgem que ainda não sabe cara£#o nenhum da vida e sua jornada até se tornar a nossa old but gold Lara "fucking" Croft, e consegue isso com maestria. Você sente todas as dificuldades e medos da personagem e o amadurecimento da mesma durante o jogo. O final é épico, foi daqueles finais que nos fazem nos ajeitar na cadeira para apreciar mais, mostrando o surgimento de uma das maiores características da velha Lara. Nada, eu repito, NADA no jogo inteiro foi mais épico do que isso, e mesmo sendo uma finalização com uma QTE, é como se tudo se encaixasse perfeitamente - a QTE só serviu para eu ficar ainda mais empolgada com o fim do jogo! Se você jogou, você vai saber o que eu estou falando...
Outra coisa que me deixou muito feliz foi que, nos créditos de zeramento, você tem fotos da equipe. Achei muito bom eles receberem as devidas homenagens. Além disso, eles agradecem a todos os fãs, cosplayers, fóruns, fansites, autores e artistas que apoiam Tomb Raider desde 1996, com direito à citação de alguns, o que mostra que a equipe de desenvolvimento do jogo é bem humilde e trabalhou realmente querendo agradar aos fãs.
Acredito que o jogo seja um excelente concorrente ao GOTY deste ano, até agora é o mais vendido de todos os lançamentos de 2013 e também o que tem as melhores notas. Só não creio 100% na vitória dele porque a gente ainda tem The Last of Us e Beyond: Two Souls chegando por aí (e olha que Willem DaFoe e Ellen Page pesam no currículo).
Então, é isso galera! Já jogaram Tomb Raider? Não? Então, vão jogar!!
sobre PlayStation 3 por sucodelarAngela em 24/04/2013 às 15:36:09 veja no site